THE HANDMAID'S TALE, A SÉRIE
Primeiramente, abençoado seja o fruto.
Já imaginou viver em uma sociedade onde o presidente dos
Estados Unidos é derrubado por uma facção bem radical da igreja católica? E que
a mulher precisa se submeter ao marido? E as pessoas já não tem sua liberdade?
Pois é essa a sociedade de The Handmaid’s Tale – ou O
Conto da Aia, série adaptada de livro homônimo da canadense Margaret Stwood.
Mas ainda há um agravante: nessa sociedade a maioria das
mulheres já não consegue ter filhos. E as que conseguem você então imagina: são
tratadas como deusas, protegidas, intocáveis. Claro que não! As mulheres que
ainda conseguem engravidar são sequestradas por essa sociedade patriarcal e
obrigadas a ter relações sexuais com seus comandantes, como se elas fossem
escravas e eles seus donos; tornam-se “aias”.
Essa relação de submissão é tão evidente e drástica que as
aias perdem até mesmo seus nomes; Offred, a protagonista de O Conto da Aia, se
chama assim porque seu comandante é o Fred (of Fred = do Fred).
Confesso que comecei a assistir a série apenas por causa
da Alexis Bledel (vulgo Rory, de Gilmore Girls. Ela, inclusive, ganhou o Emmy por esse papel.). No entanto, a série me conquistou de imediato: temos
ótimas atuações, uma fotografia impecável e uma história que é improvável que
aconteça, porém não surreal.
The Handmaid’s Tale traz uma reflexão sobre o
comportamento humano, uma vez que todos os acontecimentos da série são baseados
em fatos que já aconteceram de verdade, em algum momento da história da
humanidade. Veja o caso das roupas, em que cada “classe” de mulheres só pode
usar roupas de uma determinada cor: as aias usam vermelho, as Tias (que vigiam
as aias) usam marrom, e por aí vai. Teria Atwood se inpirado no nazismo que,
durante a Segunda Guerra Mundial, fez os judeus usarem uma estrela amarela nas
roupas para serem mais facilmente identificados?
Isso sem falar de como estão em sintonia com temas
feministas bem atuais.
A pequena temporada de The Handmaid’s Tale, de apenas 10
episódios, produzida pelo canal de streaming Hulu, conta a história do livro
com algumas adaptações. O final fica em aberto. No entanto, a série já garantiu
segunda temporada e a autora pode dar alguns tipados. Ou seja, o universo
televisivo será maior que o livro (que não tem continuação) – para nossa
alegria!
1 comentários
Olá
ResponderExcluirEu comecei ver a série pelo mesmo motivo que você. Eu fiquei viciada e vi tudo em um dia. Eu amo distopias e essa ficou maravilhosa. Me dá arrepio só de lembrar. Hoje a gente tem muitas escolhas que podemos tomar e, mesmo assim, muito nos é proibido. Nessa série, tudo nos é proibido. É bem intensa.
Vidas em Preto e Branco
Obrigada pela atenção. Assim que possível estarei respondendo :)